sábado, 5 de setembro de 2009

Agora em Nova Casa!



Para você que se acostumou a acompanhar este blog, ou mesmo você que veio parar aqui por acidente de percurso; saiba que de agora em diante este distinto blog - que se dedica a falar sobre música que discute o tema por uma perspectiva marxista sem ser coisa de comunista - estará hospedado em outro domínio, o do wordpress.

O
Sandália e Meia - Jornalismo musical e opinião, há 3 anos vem trazendo temáticas não as mais úteis, mas com certeza sob um ponto de vista livre de hipocrisias e bastante sincero. Você encontrará estas ideias tortas e de certa maneira utópicas serão encontradas no espaço sandaliaemeiamusical.wordpress.com - Detalhe... Adicione o termo "musical" à já consagrada marca "Sandália e Meia".

Conto com a visita de todos ao novo sandália e meia... A tendência é só de melhorias e se Deus quiser manteremos e estreitaremos o nosso contato. Ou melhor... Se Deus quiser e o Diabo deixar. Sandália e Meia - Jornalismo musical e opinião (http://sandaliaemeiamusical.wordpress.com). Me sigam no twitter (twitter.com/sandaliaemeia)


Maicou...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Conexão São Paulo - Estocolmo passando por NY!


Pois bem. Para não me classificarem de velho ranzinza que só sabe falar mal das bandas novas, hoje é dia de jogar confetes e abrir o coração para fazer elogios.

Não quero ser considerado – como é a maioria dos jornalistas musicais – um músico frustrado, portanto escreverei sobre uma banda que acho muito bacana e que se chama ‘Garotas Suecas’.

Como o grupo não é dos mais novos e já possuiu certa repercussão nacional – é só saber procurar um pouquinho – não informarei quem são os integrantes, nem nada do tipo, pois outros veículos fazem e já fizeram isso melhor.

Fica aqui apenas a dica de som para se ouvir, já que escuta-se muito por aí que não há coisas novas de qualidade. Reclama-se da falta de grupos novos e que inovem em algo na cena brasileira, seja de que gênero for que falemos.

Classificariam o som de Indie Rock, mas sempre tive a impressão que tal denominação é uma espécie de eufemismo para “emo heterossexual”. Como diria o pessoal aqui de Juiz de Fora, é um rock bem destinado à galera pós moderna – seja lá o que isso queira dizer. Vamos tentar fugir de rótrulos e preconceitos.

O som dos caras é muito bacana. A força dele está no peso, no impacto das canções ao público, na presença dos integrantes, na simplicidade e nas letras bem humoradas sem cair em escracho ou coisas de mal gosto. Se você procura engajamento político social, coisa rebuscadas e técnicas não é no Garotas Suecas que você vai encontrar.

Fica a sugestão, principalmente para a canção ‘Codinome Dinamite’, que além de ser uma grande música, possuiu um clipe bem bacana. Sem contar nas homenagens a alguns artistas da música brasileira como o Tim Maia e os meus sempre favoritos Novos Baianos.

Garotas Suecas fala sobre as influências





Garotas Suecas fala sobre os planos para o primeiro álbum





Codinome Dinamite - Garotas Suecas






"Meu codinome é dinamite!
Meu apelido é explosão!
Queimando as cordas pela pista eu sigo em plena contramão.

Garota, escute com cuidado...
Sou osso duro de roer!
E se eu te agarro pela noite eu largo em pleno amanhecer.

Eu não preciso te dizer,
que do meu lado é pra valer.
Do meu lado é pra valer!

Meu codinome é dinamite!
Meu apelido é explosão!
Queimando as cordas pela pista eu sigo em plena contramão

Não vá pensar que no meu peito,
não bate nenhum coração...
Mas quem acompanha o Homem Brasa é a Garota Explosão!

E eu não preciso te dizer,
que do meu lado é pra valer!
Do meu lado é pra valer"


Maicou...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quebrando os paradigmas - Ritchie


Este post se refere a algo que veio em minha mente ao assistir ao programa do Jô da última quarta feira, 26 de agosto de 2009. Um dos entrevistados foi o cantor inglês Ritchie.

Ele vive no Brasil há muito tempo e é conhecido pelo sucesso chiclete “Menina Veneno” - febre nos anos 80 e mais tarde, nos 90, na voz da dupla sertaneja Zezé di Camargo & Luciano.

Este texto se trata de como, realmente, o ser humano é um poço de preconceitos e de como, na maioria das vezes, nos deixamos guiar por ideias contruídas de maneira superficial e pejorativa sem nos permitir entrar em contato com novos contextos. Tachado de brega, popularesco, sem qualidade, músico de uma hit apenas; Ritchie carrega nas costas todas muitos rótulos negativos no que se refere à carreira musical.

Mas não é que o cara tem formação musical respeitável, amizades e parcerias renomadas e conceituadas pela nata da nata musical verde-amarela e, além disso, é influenciado por ícones da música erudita e da música pop que deixaria o mais cult dos cult com inveja mortal. Tuso isso aliado ao que todo musico almeja: a popularidade.

Quando assume a flauta transversal em um momento da entrevista, Ritchie mostra que entende do assunto “música” e caso não utilize arranjos rebuscados e suas composições não primem pela complexidade técnica e conceitual; trata-se de mera opção e não necessariamente limitação. Ao meu ver foi o ponto alto da entrevista.

Venho aqui dizer que como o ego do ser humano e a falta de humildade faz com que nós, em um mar e vaidades, buscamos rótulos, classificações, discriminações que servem muitas vezes para fortalecer preconceitos que não levam a lugar algum. Não sou fã do Ritchie, nem conheço outras canções, mas passo a vê-lo com outros olhos e este exercício deve se ampliar a outros.

Ritchie no programa do Jô (26-08-2009) – Parte 2







Menina Veneno – Ritchie







“Meia noite no meu quarto ela vai subir
Ouço passos na escada vejo a porta abrir
Um abajur cor de carne, um lençol azul
Cortinas de seda, o seu corpo nú...
Menina Veneno o mundo é pequeno demais prá nós dois
Em toda cama que eu durmo só dá você, só dá você
Só dá você! Yeh! Yeh! Yeh! Yeh!...
Seus olhos verdes no espelho brilham para mim
Seu corpo inteiro é um prazer do princípio ao sim...
Sozinho no meu quarto eu acordo sem você
Fico falando pr'as paredes até anoitecer...
Menina Veneno você tem um jeito sereno de ser
E toda noite no meu quarto vem me entorpecer
Me entorpecer! Me entorpecer! Yeh! Yeh! Yeh! Yeh!...

Meia noite no meu quarto ela vai surgir
Eu ouço passos na escada eu vejo a porta abrir...
Você vem não sei de onde eu sei, vem me amar
Eu nem sei qual o seu nome mas nem preciso chamar...”

Maicou...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece!

Este post é um comentário / desabafo a respeito de uma bandinha que eu vi hoje na TV. Aliás, há cerca de uma mês eu a vi pela primeira vez naquele programa 'Acesso MTV'. O nome do grupo é Cine. Vou direto ao assunto – É uma porcaria sem tamanho. É ruim demais.

Produto da onda emo / melódica / teen / poser / depressivo / franjas e o diabo, esta banda – para minha surpresa – é vista como uma revelação. Mas revelação sem inovar? Revelação fazendo mais do mesmo? Revelação musical que se sustenta, primordialmente, em aspectos visuais? É duro de engolir, mas no melhor do sentido né galera.

Como qualquer produto, onda pré-fabricada, eles já nasceram cercados da histeria programada e forçada de fãs que juram amor eterno e que, na busca de identidade, corre atrás da diferenciação e da individualidade sem notar que acaba se alojando na acomodação preguiçosa e oportuna de modas e atrações compartilhadas de maneira massiva.

O som é ruim inclusive para o gênero. Eles são a cópia mal feita de uma ideia que já foi bastante divulgada por artistas como Fresno, Nx Zero, Strike e cia Ltda. Infelizmente, o corporativismo entre os artistas e a onda do politicamente correto na crítica musical e também na relação entre os músicos e bandas faz com que atrações como esse tal de Cine passem batidas.

Cabe agora, saber até que ponto o marketing desses garotos será bem trabalhado para sustentá-los no mainstream junto a seus ancestrais de franja, maquiagem e tendências suicidas. Engraçado... Vendo a banda Cine me deu até saudade da banda B5. Pensando bem, isso é o que nos serve de consolo.

B5 - Matemática





Cine - Garota Radical






"O simples torna ela demais quinta o shopping, domingo os pais

Tento entender por que ainda ligo pra você ela só me diz não, pra mim já tornou padrão e faz por querer

Te vejo na minha (Te vejo na minha) Vai ser só minha (Vai ser só minha)
Falo tão sério, é sério você vai vai ser só minha (Vai ser só minha)
Vem ser só minha vai ser você
Aposto um beijo que você me quer

Eu te completo baby
Vem que é certo baby

Sempre escuta as bandas que eu nunca ouvi sempre de vestido pra sair
E quando ela sai, não importa pra onde vai sempre com o cartão do pai, compra tudo e se distrai

Te vejo na minha (Te vejo na minha) Vai ser só minha (Vai ser só minha)
Falo tão sério, é sério você vai vai ser só minha (Vai ser só minha)
Vem ser só minha vai ser você
Aposto um beijo que você me quer

Eu te completo baby
Vem que é certo baby

Te ver no sábado e escutar tudo que eu já sei, pode decorar não é fácil, eu não me faço
Egoísta, sim, eu não nego por isso insisto em ti e me entrego mais, mais, mais

Vai ser você Aposto um beijo que você me quer

O simples torna ela demais quinta o shopping, domingo os pais
Paguei pra ver por que é que eu liguei pra você?"

Maicou...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Eu sei onde Belchior está!


De volta com esse maravilhoso blog. Como um bom fã de Belchior, fui bastante acionado na noite do último domingo, 23, a respeito do sumiço do glorioso Belchior – ele mesmo, o Bob Dylan Cearense.

Segundo a aguardada matéria do Fantástico, há cerca de 2 anos, o cantor e compositor sumiu da face da terra e seu paradeiro é desconhecido por familiares, fãs e amigos.

O curioso é que no ano passado ele concedeu uma entrevista ao 'Programa do Jô' (da própria Rede Globo) – onde, na ocasião, lançava um disco. Mais curioso é que em maio deste ano ele deu uma canja durante um show do Tom Zé em Brasília-DF. Suspeitas cercam esse desaparecimento: dívidas, marketing e opção de vida; mas elas não me convencem muito.

No que se refere às dívidas, as cifras citadas na matéria giram em torno de R$18.000,00 – valor insignificante para um artista da amplitude de Belchior. Permitam-me a crítica. O texto da matéria da Rede Globo induz a errada interpretação de que esta dívida possa ter motivado a translucidez do “rapaz latino americano”. O valor é, sim, referente à cobrança do estacionamento do aeroporto onde o carro do compositor foi abandonado.

Marketing propriamente dito penso não ser a questão, pois o público alvo de Belchior já está bem estabelecido e ele não, necessariamente, necessita de tal artifício para se projetar. Um disco bem produzido, com uma boa divulgação e um competente trabalho de mídia – através dos releases, entrevistas, turnês em boas casas de shows e participações em programas de rádio e tv – seriam suficientes.

Por fim, opção de vida parece ser a alternativa que mais se aplica a esta situação. No mais, eu acredito que ele apenas queira um tempo para colocar as ideias em ordem, sem pressões, compromissos, agendas e o caralho a 4. Como sei disso? Por saber onde ele se encontra. Afinal, ele pode ter desaparecido para vocês – fãs ingratos – mas ele mora aqui; dentro do meu latino americano coração.

Belchior no Programa do Jô em 2008





Belchior no show do Tom Zé (05-03-2009)





"Tudo outra vez" - Belchior





"Há tempo, muito tempo que eu estou longe de casa
E nessas ilhas cheias de distância
O meu blusão de couro se estragou

Ouvi dizer num papo da rapaziada
Que aquele amigo que embarcou comigo
Cheio de esperança e fé já se mandou

Sentado à beira do caminho prá pedir carona
Tenho falado à mulher companheira
Quem sabe lá no trópico a vida esteja a mil...

E um cara que transava à noite no "Danúbio azul"
Me disse que faz sol na América do Sul
E nossas irmãs nos esperam no coração do Brasil...

Minha rede branca, meu cachorro ligeiro
Sertão, olha o Concorde que vem vindo do estrangeiro
O fim do termo "saudade" como o charme brasileiro
De alguém sozinho a cismar...

Gente de minha rua como eu andei distante
Quando eu desapareci ela arranjou um amante
Minha normalista linda aAinda sou estudante
Da vida que eu quero dar...

Até parece que foi ontem minha mocidade
Com diploma de sofrer de outra Universidade
Minha fala nordestina quero esquecer o francês...

E vou viver as coisas novas que também são boas
O amor, humor das praças cCheias de pessoas
Agora eu quero tudo tudo outra vez... "

Maicou...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A vida até parece uma festa


No último fim de semana eu assiti a um documentário que gostei bastante. "Titãs - A vida até parece uma festa" conta a história desta importante banda do rock nacional.

Com momentos emocionantes, a maior parte deles ilários e outros de arrepiar, o filme mostra bastidores da carreira titânica.

Com imagens gravadas pelos próprios Titãs, principalmente Branco Mello, o longa traz momentos como a prisão de Toni Belloto e Arnaldo Antunes, os grandes shows, os discos, as saídas de Arnaldo Antunes e Nando Reis, além da morte de Marcelo Fromer.

Este post é para dizer que vale muito à pena assistir ao filme, pois eu não esperava muita coisa quando entrei no cinema e saí muito satisfeito, ainda mais porque não pago mais meia entrada.



Titãs - A vida até parece uma festa (Trailer)





"Diversão" - Titãs






"A vida até parece uma festa
Em certas horas isso é o que nos resta
Não se esquece o preço que ela cobra(é meu irmão se a gente não quer!?)
Em certas horas isso é o que nos sobra.

Ficar frágil feito uma criança
Só por medo ou por insegurança
Ficar bem ou mal acompanhado
Não importa se der tudo errado

Às vezes qualquer um
Faz qualquer coisa
Por sexo, drogas e diversão
Tudo isso (tudo isso)
Às vezes só aumenta
A angústia e a insatisfação

Às vezes qualquer um enche a cabeça de álcool
Atrás de distração, mas eu digo:
Nada disso (nada disso)
Às vezes diminui a dor e a solidão

Tudo isso, ás vezes tudo é fútil
Ficar fébrio atrás de diversão
Nada disso, às vezes nada importa
Ficar sóbrio não é solução

Tudo isso, ás vezes tudo é fútil
Ficar fébrio atrás de diversão
Nada disso, às vezes nada importa
Ficar sóbrio não é solução

Diversão; solução sim
Diversão; solução prá mim
Diversão; solução sim
Diversão; solução prá mim
Diversão; solução sim
Diversão; solução prá mim
Diverssão
Diverssão"


Maicou...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Ninguém sabe, ninguém viu!


Na música mundial há vários exemplares de músicos que apesar da cegueira conseguiram fazer sucesso e se destacar.

Nomes como Stevie Wonder, Ray Charles são exemplos internacionais de que a deficiência visual não impede o talento musical.

O que falar então da banda de reggae "Tribo de Jah", em que quase todos os membros são cegos. Exatemente, praticamente todos não enxergam. Mas vou ao que interessa.

Disse tudo isso para levantar um mistério que atormenta a humanidade. Será que o glorioso Jorge Benjor, o ex- Jorge Ben, é CEGO? Puxa vida, por quê motivo será, então, que ele não tira aqueles óculos escuros dele ein?

"Bebete Vão Bora" - Jorge Benjor






"Bebete vamos embora
Pois já está na hora
Bebete vamos embora
Pois já está na hora

Olha que o galo cantou
O sol vai raiar
E você não parou de sambar
Eu sei que você me é fiel
Mas é que os vizinhos já estão a olhar e falar

Eu sou o seu homem e você minha mulher
Mas é que quem não chora não mama
E o nosso nenen tá chorando
Querendo mamar

E você sabe muito bem
Que logo mais eu tenho que ir trabalhar
Eu já não posso mais chegar atarasado
E nem pensar em faltar

Pois o novo gerente não é lá muito meu amigo
E depois como é que posso comprar
Estando a perigo
Novas sandáias pra você sambar Bebete

Oh!
Bebete
Bebete vamos embora
Pois já está na hora
Bebete vamos embora
Pois já está na hora"


Maicou...


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Música ao Mar


Pra não dizerem que eu só gosto de meter o pau, o post de hoje elogiará um programa que de veras me agradou - "Lobão ao mar", da programação de verão da MTV Brasil.

A idéia é bater papo sobre música, sem roteiros, ou pautas rígidas. A liberdade norteia o programa e dá margem a algo que falta na tv, no jornalismo, na mídia e na própria música que é a espontâneidade.

Aposentando o formato "Luau", a emissora musical continou apostando no violãozinho à beira do mar, mas desta vez apresenta parcerias entre músicos tocando versões pra lá de inusitadas, desmitificando a música e promovendo uma grande brincadeira sonora.

Estiveram no programa de estréia a Pitty (ela evoluiu muito como cantora e mostrou que realmente sabe cantar) e o Pupillo (Nação Zumbi) - com sua divertida, e repleta de utilidades, bateria eletrônica.

Essa edição contou com versões que foram de Amy Winehouse até Tim Maia (Racional), passando por Velvet Underground, Lionel Richie e, até mesmo, o serelepe George Michael. No fim deste post você confere os vídeos.

Participaram da segunda edição Marcelo D2 e o compositor Diogo Nogueira (filho do sambista João Nogueira). Eles, mais Lobão, falaram sobre os rumos do samba, tocaram sambas clássicos, os samba enredos da Portela dos carnavais de 2007, 2008 e 2009 e fecharam a conversa com uma versão pagodeira de Rádio Blá (Lobão).

Nesta semana, Lobão receberá a Cachorro Grande e a Mallu Magalhães. Apesar das minhas restrições à garota prodígio, acredito que o programa promete. Lobão ao mar vai ao ar Quarta às 22 H, mas reprisa a qualquer momento.


"You Know I'm No Good" - Amy Winehouse





"Hello" - Lionel Richie





"Pale Blue Eyes" - Velvet Underground





"Careless Whisper" - George Michael





"Bom Senso" - Tim Maia





"Já virei calçada maltratada
E na virada quase nada
Me restou a curtição

Já rodei o mundo quase mundo
No entanto num segundo
Esse livro veio a mão

Já senti saudade
Já fiz muita coisa errada
Já dormi na rua
Já pedi ajuda

Mas lendo atingi bom senso
Mas lendo atingi bom senso
A imunização racional..."


Maicou...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Vale a pena conferir: 3 na massa



Hoje falarei sobre a banda "3 na Massa". Ao que tudo indica, isto está mais para um projeto, que ao meu ver foi muito bem produzido.

Com uma bacana base instrumental que mescla elementos da música eletrônica, do groove, o disco "Na confraria das sedutoras" se estabelece sob um conceito, sexy, sensual, sedutor e instigante do universo feminino.

A espinha dorsal do grupo é formada pelos músicos RicaAmabis (Instituto), Pupillo (Nação Zumbi) e Dengue (Nação Zumbi) - mas se engana você se pensa que é aquele Dengue do Show da Xuxa.

Várias interpretes dão voz, poesia e letra às canções, conferindo um clima envolvente, relaxante e bem excitante. Experimente escutar este disco na hora do "rala e rola", do "vuco vuco", do "vamos ver".

Algumas das vozes do disco:

- Pitty
- Leandra Leal
- Alice Braga
- Talma de Freitas
- Cyz
- Karine Carvalho

No mais, é só ouvindo pra saber, mas fica a dica. Em um primeiro momento o disco pode parecer bem confuso, mas é um trabalho fenomenal, delicado, cuidadoso e caprichado - pautado nos detalhes e na emoção.


"Tatuí" - 3 na massa






" O tempo todo eu vi
Você quis olhar pra mim
E mesmo sem saber
Pôs no pensamento uma mensagem pr'eu te ver

Só porque eu te olhei
Você fez que não me viu
Que não podia ver
Já sabendo o que será se cada um pensar

Que juntos,
num segundo a mais desse olhar se faz
Um sonho,
que acordado é muito mais do que dormindo

Foi pr'eu acordar
Que eu vi você se aproximar de mim
Fez que vinha; deu a volta e se abraçou com outro alguém
Tudo não passou de ilusão
Parecia a vida me dizendo:
- caia em si, Tatuí!

Que juntos,
num segundo a mais desse olhar se faz
Um sonho,
que acordado é muito mais do que dormindo"

Maicou...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Chico Buraque, o Frank Sinatra brasileiro?



E aí galera beleza? A partir de agora vai estar mais complicado atualizar o blog, mas saibam que vou me esforçar para isso.

Me mudei para Juiz de Fora, minha nova casa não tem internet e quem me conhece sabe da minha fama de pão duro.

De volta com a brincadeira "Fulano, o Cicrano brasileiro" falo hoje de um rapaz de olhos azuis, ele é ídolo em seu país e já cantou ao lado do grande maestro Antônio Carlos Jobim - o popular Tom Jobim.

Ele não é só considerado um grande cantor mas uma das principais referências da música em seu país. Exemplo, não só musical como também pela beleza, ele, apesar da idade, arrebata o coração das mulheres.

Mesmo sendo um artista gabaritado, ele fica limitado ao cenário erudito da música ou é escutado, se não apenas, na maior parte das vezes por uma parcela tida como intelectual. vou dar uma dica... Seu nome começa com Fran.

De quem estou falando? Ainda não adivinhou? Seria o Chico Buarque, o Frank Sinatra brasileiro?


"Contrução" - Chico Buarque






"Água de Beber" - Frank Sinatra e Tom Jobim








"Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado"


Maicou...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Podcast - "Como impressionar um fã ortodoxo?"



Certa vez eu falei a respeito dos fãs ortodoxos. Acredito eu que foi na primeira edição do "Sandália e Meia - Jornalismo musical e opinião".

Naquele longínquo videocast de 2007 eu aproveitei o texto
Como me fudi no show do Los Hermanos para descrever as ações deste tipo de fã.

O Fã ortodoxo acredita que o ídolo é perfeito, está acima do bem e do mal, que as músicas que ninguém conhece são as melhores, que os discos desconhecidos são os geniais e por aí vai.

Como vez ou outra a gente se depera com esse tipo de fã, é preciso saber como lidar com ele e é por isso que eu assumi a missão de ajudar as pessoas a se dar bem em conversas com fãs - ortodoxos ou não.

O quê dizer, o que não dizer, como se portar, para que informações dar destaque são alguns exemplos, mas se lembre sempre da convicção. Acredito que estou gabaritado para tal função, afinal fiz um baterista amigo meu acreditar por 8 meses que eu era fã dos Beatles - algo que não sou.

Aliás, ele só descobriu porque em uma bela tarde de ensaio eu disse que não era fã de Beatles e o ouvi dizer - "Você tá me zuando... claro que você é fã de Beatles". Escutem o podcast e aguardem as próximas edições.

Sandália e Meia - "Como se dar bem em conversas com fãs ortodoxos"





"We're Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band
We hope you will enjoy the show
We're Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band
Sit back and let the evening go"

Maicou...

domingo, 11 de janeiro de 2009

Universitários da roça ou seriam do sertão?



Pois é. Estamos diante da invasão acadêmica à música popular. Vou direto ao assunto. Afinal, quem fez a seguinte classificação: "SERTANEJO UNIVERSITÁRIO"?

Raios. Que denominação sem pé nem cabeça. Tá certo, eu compreendo que tudo se motivou pela modinha difundida por muitos universitários de se ouvir o pop/sertanejo/romântico com pitadas de pagode, samba e axé music.

Tudo começou com Bruno e Marrone, Edson e Hudson, passou por João Bosco e Vinícius, César Menotti e Fabiano, Vitor e Léo e por fim chegou à dupla Jorge e Matheus, Flora e Donatella e todos aqueles infelizes do CD da novela "A Favorita".

Vivenciei isto de perto, afinal me formei em Viçosa-MG - maior influência agrária impossível. Mas o famigerado Sertanejo Universitário é feito por músicos formados nas academias de ensino brasileiras?

Há curso de sertanejo?
Há PHD em Sertanejo?
Há mestrado e doutorado em Sertanejo?
Por acaso essas inúmeras duplas fazem parte de algum projeto de extensão em sertanejo?
Estes cantores sabem do terço a metade do que significa a cultura sertaneja?
Este público sabe o que está acontecendo?
Que diabos é o Pagode Sertanejo? (Nova classificação que inventaram em minha cidade, Ipatinga-MG).

Tudo não passa de um padrão, uma moda, um produto perecível e sujeito à ingratidão do mesmo povo que consagra e depois vira as costas - "O Calypso que o diga" (É Natália Jael, você estava certa, pelo menos até agora).

No ano 2000 o gênero universitário se aliou a outro ritmo e instituiu o Forró Universitário, que era, nada mais nada menos, o bom e velho Forró Pé de Serra imortalizado por Luís Gonzaga. Nomes deste movimento foram o Trio Virgulino, o Trio Forrozão, o Falamansa, o Rastapé, o Peixe Elértico, chegando à enjoativa "Sapatilha 37".


"Pode Chorar" - Jorge e Mateus





"Rindo à toa / Xote dos Milgres" - Falamansa






"Quase que acabo com a minha vida
Você me pôs num beco sem saída
Por que fez isso comigo?
Me dediquei somente a você
Tudo o que eu podia eu tentei fazer
Mas não, não adiantou.

Você não sabe o que é Amar
Você não sabe o que é Amor
Acha que é só mesmo ficar, ficar, ficar
E se rolar rolou
Não se maltrata o coração
De quem não merece sofrer
Não vou ficar na solidão de mão em mão
Assim como você.

Pode chorar,
Mas eu não volto pra você
Pode chorar,
Você não vai me convencer
Pode chorar,
Você se lembra o quanto eu chorei por você?

...

Há Há Há Há Há!Mas eu tô rindo à toa
Não que a vida
Esteja assim tão boa
Mas um sorriso ajuda a melhorar
Ah Ah!...
E cantando assim
Parece que o tempo voa
Quanto mais triste
Mais bonito soa
Eu agradeço por poder cantar
Lalaiá Laiá Laiá Iê!...

Me leva onde eu quero ir
Se quiser também pode vir
Escuta o meu coração
Que bate no compasso da zabumba de paixão

Ê pra surdo ouvir, pra cego ver que este xote faz milagre acontecer."

Maicou...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Pérola Negra - Luíz Melodia


No primeiro podcast de 2009 vou falar de um grande disco que conheci apenas no ano passado (2008). Por motivo da canção Pérola Negra, brilhantemente interpretada por Gal Costa, resolvi conhecer o álbum que leva o mesmo nome.

Lançado em 1973, este é o primeiro disco da carreira de Luíz Melodia e já é um discão. Com excelentes canções, cada uma melhor que a outra, o LP traz samba, bolero, rock, blues, forró, baladas românticas, doses para todos os gostos.

Neste podcast eu tento fazer uma seleção de trechos bacanas do álbum e dar um gostinho a vocês do que é o Pérola Negra e do que ele tem de melhor a oferecer. Não dá pra classificar, só ouvindo pra se ter idéia.


Podcast Sandália e Meia (Luíz Melodia - Pérola Negra)






Pérola Negra (1973)

01 - Estácio, eu e você
02 - Vale o quanto pesa
03 - Estácio, holly Estácio
04 - Pra Aquietar
05 - Abundantemente Morte
06 - Pérola Negra
07 - Magrelinha
08 - Farrapo Humano
09 - Objeto H
10 - Forró de Janeiro


"Vamos passear na praça enquanto o lobo não vem
Enquanto sou de ninguém, enquanto quero te ver
Vamos passear na praça enquanto sou de você
Enquanto quero sofrer curtindo dessa donzela, donzela

Hoje o tempo está mais firme, abre mais meu apetite
Cura e seca minha bronquite algumas folhas de hortelã
Vamos circular na praça, prenda bem esse cansaço
Inda vou passar no Estácio, o Estácio pode me querer

Estácio pode te querer
Nós dois podemos nos querer
Estácio eu e você"


Maicou...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A primeira é devagarzinho é só aprendizado!



Quem pensou que eu tinha abandonado o blog pode respirar aliviado pois o estou de volta. Inicio 2009 com uma rápida reflexão à respeito de um hit da música brasileira em 2008 - "A dança do Créu"!

Composta pelo MC Créu, a canção tocou em todo o país e a polêmica e as críticas foram proporcionais ao sucesso da batida funk. A música também alavancou para o estrelato a Mulher Melancia e a Mulher Moranguinho (Quanta novidade!!!).

A minha intenção neste post é mostrar como as críticas e a sociedade tupiniquim fecharam os olhos para a complexidade da letra que revela a essência da existência humana.

Não adianta negar, pois para tudo que vá se fazer não basta disposição sem habilidade, tão pouco habilidade sem um pingo de disposição. Pense bem pois isso não é mole não.

Aliás, gostaria de chamar a atenção para uma canção que estourou em 2002 ou 2003, uma tal de "Dança da mãozinha" do Tchakabum - "Dance, a dança da mãozinha e no final vai dar uma rodadinha. Olhe pro lado, olhe pro outro, prepare o terreno que a dança vai começar" - Lembrou?

Essa dança foi a precursora da dança do créu, pois, se puxarmos pela memória, ela instituiu a idéia das várias velocidades e finaliza a coreografia com o gesto clássico, libidinoso e repleto de malícia do "créu".


"Dança do Créu" - Mc Créu





"É créu! É créu nelas!
É créu! É créu nelas!
Vambora, que vamo!
Vambora, que vamo!

Prá dança créu tem que ter disposição
Prá dança créu tem que ter habilidade
Pois essa dança ela não é mole não
Eu venho te lembrar que são 5 velocidades...

A primeira é devagarzinho só o aprendizado.
É assim, oh!
Créeeeu...(3x)
Se ligou? De novo!
Crééééu...(3x)

Número 2!
Créu, créu, créu, créu, créu, créu
Continua fácil, né? De novo!
Créu, créu, créu, créu, créu, créu!

Número 3!
Créu, créu, créu, créu...(3x)
Tá ficando dificil, hein?
Créu, créu, créu, créu (3x)!

Agora eu quero ver a 4!
Créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu
Créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu
Créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu!

Tá aumentando mané!
Créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu
Créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu
Créu, créu, créu, créu, créu, créu, créu

Segura DJ!
Vou confessar a vocês
Que eu não consigo a número 5
DJ! Velocidade cinco na dança do créu!!

Créu-Créu-Créu-CréuCréu-Créu-Créu-Créu...(6x)
Hahahahaha
Créu-Créu-Créu-CréuCréu-Créu-Créu-Créu...(8x)!"


Maicou...