terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quebrando os paradigmas - Ritchie


Este post se refere a algo que veio em minha mente ao assistir ao programa do Jô da última quarta feira, 26 de agosto de 2009. Um dos entrevistados foi o cantor inglês Ritchie.

Ele vive no Brasil há muito tempo e é conhecido pelo sucesso chiclete “Menina Veneno” - febre nos anos 80 e mais tarde, nos 90, na voz da dupla sertaneja Zezé di Camargo & Luciano.

Este texto se trata de como, realmente, o ser humano é um poço de preconceitos e de como, na maioria das vezes, nos deixamos guiar por ideias contruídas de maneira superficial e pejorativa sem nos permitir entrar em contato com novos contextos. Tachado de brega, popularesco, sem qualidade, músico de uma hit apenas; Ritchie carrega nas costas todas muitos rótulos negativos no que se refere à carreira musical.

Mas não é que o cara tem formação musical respeitável, amizades e parcerias renomadas e conceituadas pela nata da nata musical verde-amarela e, além disso, é influenciado por ícones da música erudita e da música pop que deixaria o mais cult dos cult com inveja mortal. Tuso isso aliado ao que todo musico almeja: a popularidade.

Quando assume a flauta transversal em um momento da entrevista, Ritchie mostra que entende do assunto “música” e caso não utilize arranjos rebuscados e suas composições não primem pela complexidade técnica e conceitual; trata-se de mera opção e não necessariamente limitação. Ao meu ver foi o ponto alto da entrevista.

Venho aqui dizer que como o ego do ser humano e a falta de humildade faz com que nós, em um mar e vaidades, buscamos rótulos, classificações, discriminações que servem muitas vezes para fortalecer preconceitos que não levam a lugar algum. Não sou fã do Ritchie, nem conheço outras canções, mas passo a vê-lo com outros olhos e este exercício deve se ampliar a outros.

Ritchie no programa do Jô (26-08-2009) – Parte 2







Menina Veneno – Ritchie







“Meia noite no meu quarto ela vai subir
Ouço passos na escada vejo a porta abrir
Um abajur cor de carne, um lençol azul
Cortinas de seda, o seu corpo nú...
Menina Veneno o mundo é pequeno demais prá nós dois
Em toda cama que eu durmo só dá você, só dá você
Só dá você! Yeh! Yeh! Yeh! Yeh!...
Seus olhos verdes no espelho brilham para mim
Seu corpo inteiro é um prazer do princípio ao sim...
Sozinho no meu quarto eu acordo sem você
Fico falando pr'as paredes até anoitecer...
Menina Veneno você tem um jeito sereno de ser
E toda noite no meu quarto vem me entorpecer
Me entorpecer! Me entorpecer! Yeh! Yeh! Yeh! Yeh!...

Meia noite no meu quarto ela vai surgir
Eu ouço passos na escada eu vejo a porta abrir...
Você vem não sei de onde eu sei, vem me amar
Eu nem sei qual o seu nome mas nem preciso chamar...”

Maicou...

4 comentários:

Unknown disse...

Eu vi essa entrevista! achei muito esquisito quando ele tocou no final com a banda, pensei: ele faz bem melhor! Mas o cara tocava na barca do sol, ele é foda! muito legal..

Unknown disse...

Hoje em dia existe essa idéia de que tudo que é popular é necessariamente ruim. Não que não faça um certo sentido, mas acaba restringindo muito a nossa capacidade de notar coisas novas (ou nem tanto).

Unknown disse...

confesso que cheguei a ver a chamada no comecinho do Jô desse dia e pensei "ah... richie, menina veneno e blábláblá, vou dormir"(não exatamente assim, mas nessa linha)

agora esperei pacientemente pa ver o vídeo após o post e vi que foi bobagem/preconceito da minha parte.

O cara é todo humildezão, simpático e de fato parece que pode fazer melhor, mas escolheu fazer o mais divertido pra ele, oras... o que é bastante digno se vc parar pra pensar. É exatamente esse lance que vc falou "mera opção e não necessariamente limitação"

Ulisses Vasconcellos disse...

Eu não vi a entrevista. Mas se tivesse visto e o olhado como um velho bobo, ligaria para ele e pediria desculpas depois deste post.

Também acho isso, o povo critica sem analisar. Deixa o cara...